A capital da Republica Tcheca, cidade do famoso escritor Franz Kafka é
indiscutivelmente um dos roteiros mais lindos e românticos para fazer na
Europa. A pérola do Oriente (como é conhecida) tem arquitetura gótica e barroca;
é famosa pelas suas ruelas antigas e cheias de histórias, seu castelo, museus, lindas
pontes e muita cultura; tudo na cidade parece que é feito para seduzir o
turista. Eu queria ficar lá pra sempre.
O legal de Praga é caminhar sem rumo, se aventurar durante o dia e a
noite também, tomar um café ou uma cerveja no esplendoroso centro histórico (Staré Město) que está na lista de patrimônio mundial
da UNESCO desde 1992.
A cidade também teve seus contratempos; passou pela Segunda Guerra
Mundial, onde os judeus foram massacrados e a cidade parcialmente bombardeada
pelos americanos, foi libertada pelos soviéticos e passou por 40 anos de forte comunismo.
Mais recentemente, em 2002 sofreu a maior enchente dos últimos cem anos, na
cidade ainda é possível ver as marcas deixadas pelas águas que a inundaram.
É tanta coisa pra escrever de Praga que resolvi separar em tópicos pra
ficar mais fácil:
A moeda usada em Praga é a Coroa Tcheca (CZK), é possível fazer a
conversão da moeda já nos ATMs do aeroporto com cartão de crédito ou de débito (se
for aqui da Europa), ou ainda em corretoras, ambas tinham uma cotação bem boa. Fora
do aeroporto existem várias lojinhas de cambio nas ruas de Praga. È bom dar uma
pesquisada porque as taxas são diferentes de uma loja para outra. Praga em geral, não é uma cidade cara, apesar dos valores assustarem de
início pela quantidade de números o preço é bem barato comparado a outras
cidades europeias. Quando eu fui, 1 euro equivalia a 25 coroas tchecas.
A língua oficial é o tcheco (complicadíssimo), mas não tivemos nenhum
problema em usar o inglês (mas já escutei muitos relatos de pessoas que não tiveram
a mesma sorte). O número de turistas brasileiros em Praga é bem alto,
encontramos muitos circulando pelas ruas. Devido a essa demanda, não foi nada
difícil de encontrar pessoas no comércio que falassem um pouco de português.
A comida tcheca leva muita carne, não consigo imaginar um vegetariano
sobrevivendo lá mais que 3 dias. É muita carne de porco, presuntos de todos os
tipos, carne bovina e frango. Tudo lindamente servido em pratos fartos e preço
justo.
Não deixe de experimentar o Trdelník, que é um doce bem tradicional a
base de massa de pão. Se trata de uma massa enroladinha assada ao redor de um
rolo, depois é servido com açúcar, chocolate, nozes, coco, etc. Existem várias
barraquinhas vendendo Trdelník na rua.
Ao chegar em algum restaurante faça rápido seu pedido, já tenha em mente
o que gostaria de comer. Os garçons não gostam de voltar duas vezes para pegar
o seu pedido. Na hora que você terminar de comer eles vão tirar o prato na
mesma hora, e a conta vem com a mesma rapidez. Isso acontece em todos os lugares de Praga, é a folclórica grosseria dos
garçons tchecos. Eu lembro que eu queria pedir a sobremesa, e não pude porque
já tinha vindo à conta para pagar, me senti como sendo expulsa do restaurante.
– sentimento de brasileiro - pra eles é normal. Quanto à gorjeta, não é obrigatória,
você dá se quiser.
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Maurício também quis registrar nosso almoço na rua |
A cerveja nasceu na República Tcheca, e lá ela custa mais barato que
água, portanto, experimentar pelo menos um copo da Pilsner Urquell é
obrigatório.
Acabei descobrindo que a americana Budweiser é originalmente tcheca, os
americanos se inspiraram (ou copiaram) a cerveja boemia e começaram a fazer nos
Estados Unidos e também a chamaram de Budweiser. Encrencas a parte, a tcheca é
bem diferente da americana.
Praga é bem servida com bondes, ônibus e metrôs. Ainda assim, o melhor é
conhecer a cidade á pé, para não perder nada, porque a cidade é pequena. Mas
caso queira se deslocar para os bairros mais distantes, o custo do ticket não é
caro.
Mas cuidado, os tickets de bonde são vendidos nas tabacarias e “vendinhas”
pela cidade e não em máquinas dentro do bonde. Eu acostumada com a Alemanha
entrei sem ticket, achando que poderia adquirir lá dentro, errei feio e tive
muita sorte de não me deparar com um fiscal.
Taxis são um problema em Praga, a grande maioria tenta tirar proveito dos
turistas, nós agendamos horário com um taxista para voltarmos para o aeroporto
e ele não veio, por pouco não perdemos o voo de volta pra Alemanha. Se mesmo
assim você quiser arriscar, leve por escrito o endereço de onde está e para
onde vai, a probabilidade de esquecer os nomes das ruas é gigante.
Praga é muito bem servida com hotéis, pensões e apartamentos
particulares. Todos com um preço camarada e justo. Mas lembre-se: quanto mais
perto do centro histórico você ficar menos vai gastar com deslocamento.
Três dias é o mínimo para conhecer a cidade, menos que isso é até um
pecado.
1. Castelo de Praga: ali vive e trabalha o presidente da República Tcheca,
segundo o Guiness Book é o maior castelo antigo do mundo, com 70 mil metros
quadrados. Dentro do castelo está a catedral de São Vito que levou 600 anos para ser construída em estilo gótico, além de museus com coleções de tesouros e jóias da Coroa Boemia.
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Chegamos bem na hora da troca da guarda, um espetáculo. |
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2. Ponte Carlos: é uma das atrações mais famosas de Praga, finalizada no início do século XV, era a ligação mais importante entre o castelo de Praga e a cidade velha. A ponte é decorada com 30 estátuas de santos venerados naquela época, em estilo gótico; construídas por volta de 1700, hoje todas as estátuas foram substituídas por réplicas. Você vai passar pela ponte diversas vezes, mas não deixe de apreciá-la a noite, que fica ainda mais romântica e charmosa com toda a sua iluminação. |
3. Praça da cidade velha: Na lateral do antigo prédio da prefeitura, em uma torre gótica, está o relógio astronômico de Praga. É considerado o mais indecifrável do mundo; além das horas ele mostra a hora do pôr do sol, aurora, tempo sideral e mais algumas coisas envolvendo os signos do zodíaco. A cada hora cheia, se junta uma multidão de pessoas para assistir o espetáculo das badaladas. O relógio é tão espetacular que reza a lenda que o rei mandou cegar o seu autor para que ele jamais fizesse outro relógio igual. Nesta torre também tem um centro de informações ao turista, onde você vai encontrar mapas gratuitos da cidade.
4. O Bairro judeu (Josefov): o antigo gueto judeu onde nasceu Franz Kafka
foi totalmente demolido e reconstruído, mas ainda preserva algumas atrações históricas
como o cemitério Starý Zidovský Hrbitov, com 12 mil lápides e sepulturas de até
12 camadas. Sinagogas como a Staronová que é a mais antiga da Europa, e o
convento de Santa Inês Kláster Sv. Anezky, hoje uma galeria.
5. O portão de pólvora: do século XI é uma das construções mais famosas de
Praga. A escada em seu interior com 186 degraus leva a uma das vistas mais
bonitas da cidade.
6. Cidade Nova (Nové Mesto): fica nos arredores do centro histórico, com
arquitetura mais recente, centros comerciais, restaurantes e hotéis de luxo.
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Museu Nacional |
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Praça Venceslau |
7. Feirinhas de rua: Os Tchecos vendem de tudo nessas feirinhas, lembrancinhas lindas, frutas cheirosas e gostosas, objetos de decoração, bebidas e muito mais.
8. Igrejas: Todas as igrejas de Praga são verdadeiras obras de arte, eu entrei em tantas que infelizmente não lembro do nome de todas.
9. Se ainda sobrar tempo, você pode gostar de conhecer o Muro Lennon, a colina
Petrin, a casa dançante, o museu Franz Kafka e todos os outros que a cidade oferece.
Não existem adjetivos para descrever o quanto à cidade é fascinante, só
indo e "vivendo" Praga para saber.
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Sandrinha e eu apreciando o por do sol na beira do rio |
- “Praga não deixa a
gente ir embora, esta velha tem garras” Franz Kafka -