Por motivos profissionais eu, marido e as plantinhas
deixamos a nossa querida cidade Köln e partimos para uma pequena cidade ao lado
de Dortmund, o “lugarejo” se chama UNNA! Tcharam!!! Aos poucos estou me
acostumando e gostando da cidade, que apesar de pequena, é bem simpática. A parte
boa é que junto com nós, veio mais um casal do Brasil morar aqui. Tenho uma
nova amiga para trocar experiências, conversar e me ajudar! E não estamos sozinhos
para assistir os jogos da Copa e fazer bagunça.
A notícia da mudança já tinha sido entregue em dezembro do
ano passado, para termos tempo de encontrar um novo lar com a nossa cara. E essa
foi à tarefa mais difícil encontrada na Alemanha até hoje. Visitamos muitos
apartamentos, eu passava horas procurando alguma coisa interessante na internet
e nos classificados, para depois meu marido agendar as visitas. Tudo o que eu
encontrava era imóveis antigos, caindo aos pedaços e com preços abusivos. Os mais novos tinham preços tão fora da
realidade que eu nem perdia tempo olhando. Como uma cidade pequena pode ser mais cara que
uma cidade grande e turística?? Estou
até agora tentando descobrir.
Passado o momento do choque e conformados com os valores,
começamos a visitar os selecionados. Apartamentos
pequenos, com paredes tortas, janelas desuniformes (isso quando tinha janela),
todos implorando por uma reforma. O penúltimo imóvel que entramos me fez surtar
e querer voltar para o Brasil na mesma hora. O apartamento INTEIRO era laranja, paredes,
teto e até os aquecedores! A pessoa que pintou tudo de laranja usava drogas, só pode, ou a tinta estava na promoção de graça. Pra dar um “tchan” nesse laranja, nenhuma das
janelas eram iguais, uma era branca, outra marrom, uma pequena, a outra grande
e deitada! Calma que tem mais... os azulejos eram de flores e se descolando da
parede, o vaso sanitário do lavabo ficava em um cômodo e a pia em outro no sentido oposto do corredor! Jesus, de onde vem tanto “bom gosto”?
Não consegui ficar lá dentro nem pra olhar direito.
Só nos restava visitar o último apartamento da lista, que
segundo a corretora que nos acompanhava era um imóvel “diferente”. Esse termo “diferente”
foi o suficiente para me deixar preocupada/assustada/irritada e com medo de
entrar no apartamento. Mas pra nossa sorte, de todos os apartamentos visitados,
esse era o “menos pior”! É um apartamento digamos estranho, mas é grande e tem
uma sacadinha ou sei lá o que é aquilo. (Sacada = sol = felicidade total para
brasileiros). Já imaginei um cantinho pra colocar minhas plantinhas, tomar sol
e fazer churrasco nos domingos de verão. Fiquei tão emocionada que fingi que
não vi todos os outros problemas do apartamento e as reformas que teriam que
ser feitas. Meu marido também compartilhou do mesmo pensamento. Todos felizes,
mais pobres e negócio fechado!
Unna |
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