terça-feira, 29 de abril de 2014

Jeito alemão de ser

    Ontem eu estava andando pela cidade e observando o comportamento dos alemães; eles têm manias, um jeito de ser bem prático. O que na cultura deles é simples e óbvio, para nós brasileiros seria sinônimo de vergonha. Claro que também tem umas manias absurdas, mas me focarei apenas nas boas neste post:

  •  Todos andam com suas garrafas de água: E são garrafas grandes, do tipo 1,5 / 2 litros. Está sempre do lado deles, na rua, na escola, no trabalho. Por que ficar comprando garrafinhas de água na rua o tempo todo se você pode levar uma de casa? Muito mais prático e econômico.

  • Lanchinhos: Eu canso de ver pessoas no trem comendo cenouras, pepinos, alfaces, frutas e sanduíches. E não é só no trem, é na rua, no parque, em feiras, em viagens, etc. Se estou viajando em algum lugar e vejo alguém tirar um sanduíche enroladinho no papel alumínio, ou um saquinho com rodelas de pepino, já sei que se trata de um alemão. No começo eu levei um susto os vendo comerem legumes e verduras como se fosse uma fruta, agora acho tão normal e saudável. Imagine no Brasil uma pessoa comendo um PEPINO no ônibus, certamente chamariam o cidadão de louco! No Brasil comer salgadinho é bem visto e comida saudável é deselegante!

  • Ninguém fica trancado dentro de casa assistindo novela: Todo mundo fica na rua, caminhando, passeando, fazendo exercícios físicos ou compras. Não importa a idade, pode ser um bebê com três semanas de vida, no carrinho sendo levado pela mãe, ou um idoso com a ajuda de um andador. Os idosos, aliás, são os que eu mais admiro, andam de bicicleta e até de patinete. Já vi um senhor (chutando uns 90 anos) caminhando no centro aqui de Colônia com tubos de oxigênio amarrados no seu andador, e os caninhos que levam o oxigênio “plugados” no nariz.  Ele mal conseguia ficar em pé e empurrar o andador, mas estava lá se esforçando ao máximo. Isso que é força de vontade e determinação para aproveitar a vida.

  • Bicicletas e transporte público: Bicicletas, trens e ônibus são usados por todos por aqui, não importa a classe social. Sempre vejo homens elegantes de terno indo trabalhar de bicicleta, ou as garotas de salto alto e roupa de brilho, irem pra balada DE BICICLETA. Já imaginou isso no Brasil? Aqui até aqueles que têm carro usam o trem e o ônibus, é rápido, prático e você não fica trancado no trânsito em horários de pico. Claro que existe toda uma estrutura para isso, muitas ciclovias pela cidade inteira, e muitas linhas de trem e ônibus.
  • Sacolas no mercado: Aqui os mercados cobram pelas sacolinhas que você leva as compras, tem das mais baratinhas que custam em média 10 centavos e das mais caras que são mais resistentes que podem custar até 5 euros. Como alemão é um ser preparado pra tudo, nunca vejo eles comprando as benditas sacolas, eles geralmente vão fazer as compras com cestas de vime, carrinhos próprios e suas sacolas de todos os tipos, nunca esquecem. Os estrangeiros esquecidos que não querem gastar comprando, usam as caixas vazias que estão no mercado, é uma saída para quem não mora muito longe. Eu no começo sofri um pouco até acostumar, esquecia sempre as sacolas em casa; agora tomei por hábito deixar sempre duas de pano dentro da minha bolsa, não pesam e nem ocupam muito espaço.
  • Livro na mão: Alemães sempre estão lendo, em pé na estação, dentro do trem, no ônibus, no parque... Não importa o lugar, sobrou um tempinho eles “sacam” o livro da bolsa. No parque aqui na frente da minha casa tem uma pequena “biblioteca” (uma prateleira de vidro) onde você pega um livro pra ler e deixa outro no lugar para que outras pessoas possam fazer o mesmo. Não tem ninguém cuidando, você vai lá e faz por conta própria. É a verdadeira evolução do ser humano.

- Manias simples e práticas que ajudam no cotidiano -

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Normandia Parte VI - Bayeux e Sait-Germain-de-Livet

   Bayeux


    Bayeux é famosa pelo seu grande tesouro: a tapeçaria de Bayeux com 70 metros de comprimento bordado em lã, que relata a conquista da Inglaterra pelo Normandos.

Fonte: Wikipédia 
OBS: (Neste link é possível ver o tapete completo.)
    A cidade quase não teve perdas durante a guerra, ficou praticamente intacta, já que as forças alemãs estavam envolvidas na defesa de Caen contra os aliados. Em 16 de Junho de 1944 Bayeux foi à primeira cidade da batalha da Normandia a ser libertada pelos aliados.





A cidade é linda e agradável com museus, o cemitério da guerra onde estão enterrados britânicos e alemães e a famosa catedral gótica de Notre Dame de 1077(sim, como a de Paris). Deslumbrante, a igreja mais linda (na parte externa) que eu já vi.









Bayeux e Sait-Germain-de-Livet


    Próximo à simpática cidade de Lisieux em frente a uma pequena igrejinha, encontramos o castelo de Sait-Germain-de-Livet. Chegamos faltando 15 minutos para as 18:00 horas (horário que o castelo é fechado) e foi o tempo que tivemos para conhecer o máximo possível do lugar. Não sei se foi devido ao horário, mas não pagamos nada para entrar, de contra partida não conseguimos ver o castelo por dentro. Mais tarde pesquisando na internet vi que não perdi muita coisa, o castelo tem pouca mobília, é usado geralmente para fazer exposições.
    O Castelo foi construído durante o século XV e XVI com tijolos vermelhos e pedras de ocre, formando uma parede xadrez na parte externa. Ele não é grande, mas encantador como os castelos de conto de fadas. Tem um jardim impecável onde seus únicos residentes são os cisnes no lago e um pavão no jardim.
    Apesar de estar na minúscula cidade de Saint-German-de-Livet que tem menos de mil habitantes, o castelo pertence à cidade de Lisieux desde 1958.












A igrejinha na frente do castelo

sábado, 26 de abril de 2014

Normandia Parte V - Longues-sur-Mer e Caen

    Em Longues-sur-Mer é possível conhecer o lugar que abriga a antiga bateria de artilharia alemã de longo alcance; ela era composta por quatro canhões que ficavam protegidos por grandes casamatas de concreto e representavam uma grande ameaça para os navios que desembarcaram nas praias do Dia D.



A placa foi coloda pelas tropas aliadas um dia depois do ataque.
Por dentro da Casamata



os quatro canhões vistos do posto de comando

    No local ainda tem um posto de comando com ampla vista para o oceano, e vários locais para armazenamento de munição e alojamento para os soldados. Os sinais do ataque estão por toda a parte.

Vista de dentro do posto de comando.


    O lado direito da praia de Longues-sur-Mer tem uma visão para as ruínas do porto de Mulberry em Arromanches.



    A bateria alemã fica entre as praias Gold e Omaha em meio as plantações de canola e é um passeio gratuito.

    Caen 


    Foi à cidade onde escolhemos ficarmos hospedados durante o passeio pela Normandia, por ficar bem no centro de todos os locais que queríamos conhecer e das praias do desembarque.

Nascer do sol
    Caen é conhecida como a cidade dourada, devido as suas construções erguidas durante o reinado de Guilherme o Conquistador (Guillaume le Conquérant). Ele escolheu à cidade para construir seu castelo em 1060 o “Château de Caen” e fazer dela a capital da Normandia ocidental. Também foi o local onde anos mais tarde Guilherme foi enterrado.
    O castelo teve uma torre destruída durante a Revolução Francesa em 1793, e mais tarde foi usado como quartel general durante a Segunda Guerra Mundial em 1944, onde foi quase totalmente bombardeado. 









    Hoje o castelo é patrimônio cultural da França, um dos principais pontos turísticos da cidade, mas só é possível ver alguns pedaços do que restou dele. No jardim do castelo está o famoso Museu das Belas Artes (Musée des Beaux-Arts) e o museu da Normandia.

Museu da Normandia
Museu das Belas Artes
Museu das Belas Artes

    A cidade ainda conta com uma rica herança religiosa (igrejas, mosteiros e conventos) que também foram seriamente danificadas nas batalhas, ao todo a cidade de Caen teve 70% de suas construções destruídas com a Guerra. 




    Outro local interessante de conhecer é o Memorial da Paz de Caen é um Museu dedicado à história da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria. O valor do ingresso é 19,00 euros. Maiores informações do museu aqui.