segunda-feira, 31 de março de 2014

Porto Venere (Itália)

    Saímos de Saluzzo e depois de três horas e meia chegamos ao paraíso Porto Venere. Eu já vendi a minha alma pra Suíça, mas depois de conhecer essa cidade da Itália estou revendo meus conceitos.  Lindo demais, até mesmo no frio e sem sol.  É o tipo de lugar que a cada meio metro tem que parar e fazer uma foto. Cidade de beleza incontestável e de pessoas simpáticas, fomos muito bem tratados em todos os lugares, principalmente no hotel em que ficamos hospedados.
     Na verdade não era bem um hotel, eram seis apartamentinhos administrados por um casal super querido de idosos que moravam ali junto, em um apartamento maior claro.  O fato é que eles foram de uma “queridisse” sem tamanho. Eles só falavam italiano, então já viu né? Foi um desdobramento de ambas as partes. Ganhamos duas garrafas de vinho da vinícola deles, e muitos pedaços de bolo. Como eu sou querida fiz pão de queijo (nosso apartamento tinha até cozinha) e levamos pra eles como forma de agradecimento. Pronto, conquistamos os velhinhos! Acho que na próxima estadia vai rolar um desconto! Será? Já estou agendando as próximas férias. Olha a vista da nossa sacada:


     Montamos base em Porto Venere, para conhecer o Parque Cinque Terre, que foi o propósito da nossa viagem. E foi a melhor decisão de todas. A cidade tem mais estrutura que as outras cinco do parque, e na minha opinião é bem mais linda,  com menos turistas e com mais “praia” (praia aqui é sem areia ok?). A cidade também faz parte dos patrimônios tombados pela UNESCO, é considerada a “sexta Terra”.

     O legal é conhecer Porto Venere depois de abril, que dá pra fazer um passeio de barco pelas praias. A visão é muito mais linda e o passeio mais produtivo. 


                                          O centro histórico com suas construções coloridas.

                                          Igreja de San Pietro                                        


                                          A água era muito azul, pena que na foto não ficou tão bonito.





                                          Esse é o cemitério mais lindo que eu já vi na vida




quinta-feira, 27 de março de 2014

Moda é cultura

     Lá estava eu andando pelas ruas da Itália, com aquela cara de turista feliz, até perceber que todo mundo na rua ficava me olhando, pensei: “estou cagada e não sei?” não! são apenas italianos admirando ou desaprovando meu modelito do dia. Sim os italianos são como os brasileiros, julgam as pessoas pela maneira de se vestir.  Tenho que dizer que as roupas e calçados italianos são lindos e muito me agradam. Mas deu saudade dos alemães e principalmente da cultura de “cada um cuida da sua vida”.
     Claro que depois de quase dois anos morando na Alemanha eu já estou de certa forma acostumada com os vícios alemães e acho (quase) tudo normal. Não tem esse negócio de ficar se arrumando pra sair de casa, se você estiver pintando as paredes da sua sala e precisa ir ao mercado, é com essa roupa velha e toda pintada que você vai! Ninguém vai ficar te olhando de cara feia. E isso é ótimo! Na Alemanha você jamais vai perceber se a pessoa é rica ou pobre pela forma na qual se veste.
     Certa vez pedi a uma conhecida alemã que é estilista da C&A o que ela achava das roupas e calçados brasileiros. Ela disse que não gostava de nada, que achava tudo feio e sem graça. Na visão de um alemão deve ser tudo muito chato mesmo, pois eles gostam mesmo é do colorido, calça amarela com casaco xadrez em vermelho e verde; saia longa de tule e tênis, (ou algo do gênero). No começo eu olhava assustada para as pessoas, agora já estou tão acostumada que acho tudo normal. Calma, eu ainda não estou usando sandália com meia, o meu bom senso brasileiro ainda prevalece.
     Agora o que eu não consigo engolir de jeito nenhum é o fato de usarem o mesmo casaco o inverno todo sem lavar, andando com ele todo sujo e fedorento! Já passei pela péssima experiência de sentar no trem do lado de um senhor com um casaco fedido desse, tive que sair na mesma hora, era impossível aguentar o mau cheiro. Nessas horas eu penso em como é bom ser brasileira limpinha. Quando eu frequentava a escola VHS de Colônia, meus colegas de classe vieram me perguntar se eu era brasileira, respondi que sim e perguntei o porquê, a resposta foi cômica: “porque você troca de roupa todos os dias” Surreal pra você? Eles acham engraçado. Apenas culturas diferentes.
    Lógico que aqui também tem aquelas pessoas chiquérrimas ao olhar de um brasileiro e que trocam de roupa com frequência, são estilos diversificados.  As lojas de vestuários estão sempre bombando, você sempre vai encarar uma fila no caixa em uma loja, sendo ela cara ou não. E sempre vai ver as pessoas na rua com seu estilo próprio, cada um faz a sua moda e ninguém olha torto!  

quarta-feira, 26 de março de 2014

Saluzzo (Itália) - Muito mais que ruelas medievais

     Segunda vez na cidadezinha medieval mais simpática da Itália, não sei se é porque eu já estou acostumada com a frieza dos alemães, mas toda vez que saio pelas ruas de Saluzzo me surpreendo com a hospitalidade de seus moradores. Todo mundo que passa por você na rua dá bom dia com um sorriso largo; os funcionários do comércio te atendem bem e sempre bem humorados, todos tentam ajudar de alguma forma mesmo sem você pedir. A cidade não é turística, são raríssimas as pessoas com uma câmera na mão. Dessa vez acho que só tinha eu desbravando as ruelas de pedras. Quando eu estava fazendo fotos das montanhas que cercam a cidade, um senhor de uns 70 anos ou mais veio pedir se poderia me ajudar. Tentei agradecer a preocupação dele da melhor forma que encontrei, o pouco de italiano que sei aprendi com minha vó quando eu ainda era uma criança. Quando falei isso a ele percebi a satisfação ainda maior que ele teve em me ajudar. Explicou sobre as montanhas, sabia até a altura de cada uma delas, falou sobre a cidade, as festas, a arquitetura. E para minha surpresa, pediu que eu esperasse um pouco até falar com sua esposa, ele queria perguntar se podia passar comigo por dentro da casa deles para ver de lá a montanha mais alta da região. 
     Permissão concedida lá fui eu feliz da vida e encantada com a dedicação do senhor que me acompanhava explicando cada detalhe da cidade e da famosa montanha, que segundo ele tinha mais de 850 metros de altura.  Antes de nos despedirmos, ele se certificou se eu lembrava do caminho para retornar ao hotel, e ainda me aconselhou a andar o máximo possível pelas poucas calçadas que existiam, para no final do dia meus pés não doerem tanto.  É possível tanta “fofurisse” em uma pessoa só? Esse foi apenas um dos exemplos de como os habitantes de Saluzzo são hospitaleiros.  Acho que sei porque é considerada uma das cidades italianas com maior qualidade de vida. Encantada :  )

                                                    O Céu estava um azul digno de cartão postal



                                         Essa é a montanha vista dos fundos da casa do simpático italiano








As estradas da Alemanha, Suíça e Itália

     Fazendo essa viagem de carro, fiquei analisando as estradas da Alemanha, Suíça e Itália. Na Alemanha elas estão sempre em reforma, muitas vezes para não dizer todas. Eu particularmente acho desnecessário, se o asfalto está em bom estado pra que trocar? Nunca tem nenhum buraco, nenhuma rachadura, mas lá estão os alemães fazendo um novo. A foto abaixo não me deixa mentir. 
                                   Algo de errado com o asfalto do lado esquerdo?

     Exageros à parte as Autobahn da Alemanha são geralmente com três vias e em alguns trechos você vê bem mais que isso.  Além de o asfalto ser sempre impecável, é tudo muito bem sinalizado, e ao longo do acostamento sempre tem telefones para emergências e paradas para você descansar, comer e ir ao banheiro.  Em grande parte dos trechos não há limite de velocidade, naqueles que existem, geralmente são em estradas com obras, perto das cidades e em estradas perigosas. Nesses trechos é bem possível ter radares de controle de velocidade. Alemães são bem rígidos com suas leis de trânsito e as multas são bem caras. 
    Mas o ponto que eu queria chegar são os pedágios, em toda a Alemanha você não vai pagar nenhum centavo em pedágios e vai usufruir das melhores estradas. Isso serve para carros e motos, já que caminhões pagam um imposto que depois o governo devolve para quem é cidadão alemão.
     Saindo da Alemanha e entrando na Suíça a primeira coisa que tem que se fazer é comprar um adesivo e colar no carro para poder transitar pelas estradas suíças.  Esse adesivo custa 35,00 euros ou 40,00 francos e pode ser comprado em postos de combustíveis ou quiosques, ele é válido para o ano inteiro. Se não comprar corre um grande risco de levar uma multa bem cara. Agora, o visual que as estradas da Suíça te proporcionam você não vai ver em lugar nenhum desse mundo, te faz esquecer até do valor cobrado para circular pelo País, que diante de tanta beleza se torna bem barato. Os Alpes vistos bem de perto com neve, todas as montanhas menores, as cidadezinhas em torno dos lagos, as casas maravilhosas ao pé das montanhas, tudo lindo demais. As estradas são tão bem conservadas quanto as alemãs (pelo menos nos trechos que eu andei). Sem contar na grande quantidade de túneis que é preciso atravessar, alguns chegam até  a 34 quilômetros de extensão.  Todos são sinalizados, com telefones e saídas de emergência. Em um desses gigantes túneis pagamos um pedágio de 25,00 euros, mas como era divisa com a Itália não sei dizer de qual país essa cobrança pertencia.

                                   É o visual mais lindo do mundo para viajar.

     Agora descendo para a Itália o bolso vai doer e muito. São muitos os pedágios em um curto trajeto.  Começamos com 2,60, no próximo 2,40, mais 5,90, depois um de 25,00 e assim por diante. Ao total pagamos mais de 75,00 euros, e não atravessamos nem a metade do País. A Itália toda tem pedágio. As estradas estavam em boas condições (só o que faltava estarem ruim), mas não vi nenhuma parada para descansar nem banheiros, nem telefones. Sem contar que a vista não é nada bonita.



     Agora porque a Alemanha consegue manter as estradas sem cobrar pedágios e a Itália não? Não acho justo com a população alemã pagar em outros países um valor bem abusivo enquanto no País da batata todos andam de graça e dão preferência a passarem pelas suas estradas para evitarem pedágios. Eu hein? Quero desconto no meu imposto então. 

terça-feira, 25 de março de 2014

Lucerna parte III - Um post turístico SQN

     Uma escolha precisava ser feita, Zurique ou Lucerna? Se tratando da Suíça, qualquer escolha é boa, mas acabamos deixando pra trás a metrópole suíça e optamos em ficar na linda e pacata Lucerna. Mas linda mesmo só no verão porque no nosso fim de semana só choveu e estava muito frio. A neblina escondia os majestosos Alpes, o vento congelava as mãos e o rosto. Como somos metidos, fomos bater perna mesmo assim, pelo menos por um tempinho. Esse cara pescando no frio e na chuva foi a nossa motivação.



   Dá pra conhecer a cidade tranquilamente á pé. Estacionamos o carro na estação de trem e fomos em direção da ponte da capela mais antiga do mundo a KapellBrücke. A construção é do século XIV, mas já andei lendo por aí que parte da ponte pegou fogo em 1993 e foi reconstruída.



   
   Junto com a ponte fica a Wasserturm (torre da água), toda construída em pedra, já serviu até como prisão. Na parte inferior tem uma lojinha de souvenirs, entramos lá pra comprar um imã de geladeira e a vendedora era brasileira, como é bom ser atendida no simpático estilo brasileiro. Mas voltando, as construções atrás da ponte fazem parte da Altstadt (cidade velha). E toda aquela parte branca são os Alpes envergonhados que se esconderam na neblina, ou nas nuvens, não sei.
         


 No fundo a  Igreja de St. Leodegar que foi fundada em 1639.


                                  KKL - (kakalhada de Lucerna) falando sério, é o centro de convenções e cultura.





   Não visitamos o Monte Pilatus, o Monte Titlis (imagina o frio lá em cima), muito menos o leão ferido que foi escavado na pedra. As fotos também não foram possíveis porque eles não apareciam em meio a tanta neblina.
   Viagem frustrada essa, mas como a cidade é linda, marido prometeu voltar aqui em breve, para desbravarmos todo o resto que faltou.


segunda-feira, 24 de março de 2014

Lucerna parte II – Jantarzinho apimentado

      Depois de uma voltinha noturna na chuva á beira do lago Lucerna, percebemos que o hotel era bem maior do que o imaginado, e o mais antigo da cidade, daí eis que surge a brilhante ideia: Jantar no restaurante ah... “elegante” do hotel.
      Entramos, sentei na cadeira, pendurei casaco, bolsa, ajeitei cabelo, dei uma baforada nas unhas, mentira! Olhei pra mesa, estava linda, olhei novamente ... Meu Deus, pra que tantos talheres? Garfos, garfões, facas, faquinhas e nenhuma colher. Tudo isso pra comer apenas um tartar e tomar um vinho? Não sei se era porque nós mesmos fazíamos a mistura da carne, mas não ficou muito bom, como bem melhor em Piçarras. A sobremesa apesar de ter um nome diferente era apenas sorvete e crème brûlée (me senti enganada). O vinho branco com licor de cassis estava uma delícia. Vou copiar a receita e fazer em casa com vinho de pobre pra ver se fica bom.
      Quer saber? Gosto mais de um buffet, uma churrascaria, coisa muito “finésse” não é comigo, mas valeu pelas risadas .

                                           Lago Lucerna

                                           Parte do Hotel

                                            Mesa posta

                                     Tartar


sábado, 22 de março de 2014

Lucerna (Suíça)

      Hoje foi o dia de acordar cedo, fazer as malas e colocar o pé na estrada. Viajar na Europa é bom (sério?) e barato se programar com antecedência.   
     Dessa vez fomos de carro rumo ao sul da Alemanha, bem encostadinho ao leste Francês; atravessamos parte da Suíça e “montamos acampamento” em Lucerna! E o tempo adivinha? Chuva, muita chuva! 
     Depois de seis horas de viagem, (comendo Donuts, sanduíches e morangos gigantes) chegamos no hotel. Como o tempo não tá pra turista, fiz uma fotinho da vista da janela do quarto mesmo, e resolvi curtir a cama que ficava me encarando o tempo todo, sacana ela!


     
                                   5 morangos e a bandeja cheia


                                   Lucerna linda e com chuva

sexta-feira, 21 de março de 2014

A Alemanha e o meu bicho de sete cabeças

      Olá (leia-se uma saudação envergonhada – primeiro post). Hoje pela manhã eu estava lembrando as minhas pérolas aqui na Alemanha, são tantos momentos engraçados, outros, porém nem tanto...  Mas ambos  merecem serem registrados. Então pensei: Vou escrever um blog, meu diário moderno.  Daqui uns 10 anos tenho certeza que não será mais moderno, mas irei rir muito lendo isso tudo. E também, a construção desse blog será uma forma da minha família participar da minha vida de longe! Não é para ser famoso, apenas para registrar o MEU ponto de vista.
      Eu sei que todos pensam que morar na Europa é a melhor coisa que pode acontecer na vida de um indivíduo, países de primeiro mundo, qualidade de vida, viagens, compras, e a palavra que está na moda: ostentação! De fato, se você tiver muito dinheiro é tudo isso, associado ao pequeno detalhe de se viver em uma cultura diferente, língua diferente, pessoas diferentes, nada é como no meu amado Brasil.  Adaptação é a palavra que reina absoluta na minha cabeça. Porque não volta para o amado Brasil, para perto da família? – Porque o marido no momento trabalha aqui. Simples né!
      Começando pelo meu “bicho de sete cabeças” na verdade 138.837.475.645 cabeças! A maldita digo, abençoada língua alemã, aih... como eu a odeio, meu marido diz que eu criei um bloqueio na minha cabeça, desta forma ela fica mais difícil do que é, detesto concordar, mas ele tem razão.  Quando me falavam que o alemão era difícil, eu imaginava mais difícil que o inglês, sempre detestei Inglês, pensei então: vai ser tão ruim quanto. Mas para a minha surpresa o Deutsch é absurdamente mais difícil, ouso até em dizer que gosto do Inglês agora e como é uma língua fácil! Haha Quanto mais eu estudo o alemão, mais eu esqueço o português e mais eu vejo que tem mais gramática pela frente. Portanto, erros de português e principalmente com concordância podem acontecer. Desculpa, minha querida Tania Denise (minha professora de português).
       Ainda não sei se posso arriscar a dizer que consigo me virar com a língua, falo como índio claro! Em maio fará 2 anos que montei aqui meu "habitáculo" . Fome eu já não passo mais. Se o indivíduo alemão tiver paciência (existe alemão com paciência?) ele vai me entender. Se não tiver vai virar as costas e me deixar falando sozinha.
      Quanto tempo leva para aprender a falar alemão? Para os ABENÇOADOS, dotados de uma incrível inteligência, um ano, um ano e meio!  Eu nunca vi, mas já escutei. Os brasileiros e outros gringos que encontrei por aqui sempre falam “até hoje eu não sei”, “ah, em sete anos aprende, talvez dez”.   A frase que mais condiz é do meu amigo André: “alemão, ou você nasce sabendo, ou morre aprendendo”.
      É uma linda frase de estímulo para se terminar esse post!  Pra você que está disposto a aprender essa língua: ÂNIMO E PERSEVERANÇA! Um dia você consegue, e eu também se Deus quiser.


beijinhos